sexta-feira, 6 de maio de 2016

32 - Test Drive

                                                             


 
                                                                  Recebi uma ligação da secretrária da minha endocrinologista me informando que a consulta foi adiada. Pôxa....fiquei meio assim.....chateada porque meu cirurgião também não vai poder me atender essa semana. Fui marcada para o dia 20 de maio e ela remarcou para o dia 17. Estou com os exames na mão,  e não quero mais me consultar com Dr Google porque ele não é muito preciso em seus diagnósticos rs. Vou ficar sem saber por um tempo ainda minhas condições físicas atuais. Aproveitando esse intervalo saí para colocar minha vida burocrática em ordem, e tudo longe de casa, para fazer um test drive. Foi proveitoso. Fui para o banco em Madureira para pegar umas documentações que estavam  pendentes há algum tempo, depois  ao cartório em Jacarepaguá  dar entrada na segunda via da certidão de casamento averbada com divórcio para levar para a Itália, e tudo isso de metro, trem e BRT. Quando mudei de Jacarepaguá não tinha esse sistema de ônibus e então, por falta de experiência me enrolei toda e paguei muito mico. Eu não sabia nem  onde ficavam as plataformas de trem que raramente eu usava, para onde iam, de onde vinham  rsrsrs, mas gostei de sair por aí fora da minha atual zona de conforto.
                                                                  A primeira parada foi no banco. Eu já tinha trocado emails com a gerente e agendado para pegar o tal documento. Cheguei um pouco cedo e fiquei numa fila formada do lado de fora, na rua. Às dez horas entramos e passamos aos poucos na porta de segurança que travava todo mundo. Fiquei receosa porque já haviam me avisado que corria o risco de ser travada por causa da minima radiação que meu corpo ainda vai liberar por alguns meses , mas isso não aconteceu. O que me emperrou mesmo foi o bendito guarda chuva. Fiquei mais uns dez minutos dentro do banco, na fila para pegar número de acordo com o lugar que eu ia. Quando chegou minha vez o senhor que me atendeu perguntou o que eu ia fazer e eu respondi que ia pegar um documento com a gerente fulana. Ele me olhou, de modo irônico e sinalizou o elevador , que eu deveria ir até o quarto andar e pedir para chamá-la, e, é claro, não precisava de número. Que lindo! dez minutos na fila para isso. Agradeci a ele e também agradeci a mim mesma por estar tomando hormônios e eles estavam funcionando tão bem que nem deu vontade de matar ninguém ! Subi e pedi para chamar a moça, que para variar estava de folga. Uma outra gerente penalizada com minha história triste, de recem operada de câncer, recém submetida a uma  #iodoterapiabarrapesada,  e mais bá bá blá.... e ela, querendo se livrar logo de mim, começou a fazer uma busca na mesa da colega e me deixou sentadinha aguardando. Claro que não achou nada, mas não desistiu. Pediu ajuda "aos universitários" de após duas horas apareceu com ar vitorioso e os documentos.
                                                                   Agradeci, muito sorridente ( cheia de hormônios no corpo), super zen , e parti para Jacarepaguá. Quando cheguei no cartório a funcionária super divertida perguntou sobre a data que havia me casado com o ex para ver no sistema. Olhei para ela com aquela cara de  "Ih... lascou"! Ela foi logo falando: - Não vem com essa cara não... não me diga que não lembra a data do casamento? Eu respondi: - pior que não! Ela disse: Pelo menos o nome do ex você lembra né? Falei que sim, e rapidamente ela achou os registros e dei entrada no documento.  Não demorou nada. Estava vazio e até estranhei. Peguei o protocolo e fui informada que ficará pronto em cinco dias.  Na volta peguei novamente o ônibus expresso e depois  embarquei no trem. Estava cansada e estava em pé. Cada cutucão que eu levava dos ambulantes que buscavam espaço para vender suas bugingangas, nem sei como não cheguei roxa em casa. Eram balas, massageadores corporais de 1,99 (como assim?), livrinhos para ativar a mémória (que o vendedor jurava que não eram caça palavras ) um homem pregando, o outro debatendo a pregação.... tudo muito interessante. Me senti uma ET.
                                                                  Desci do trem, peguei meu bom e velho metro, que já estou bem acostumada e cheguei em casa. Cansei, mas passei no teste. Me senti independente, resolvendo minha vida sozinha. Dei valor a tudo. Dei valor ao burburinho do trem, dei mais valor  para aquelas pessoas que batalham no seu dia a dia, aos que travam suas lutas diárias com sorriso no rosto e ninguém sabe o que se passa em seu interior, dei valor à minha tireoide que tanto  faz falta, apesar de estar me virando bem sem ela. Agradeci a Deus por tudo.
                                                               

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